Conforme destaca o Dr. Christian Zini Amorim, advogado especialista, a contestação de testamento é um tema relevante no Direito Sucessório e envolve situações específicas em que herdeiros ou interessados podem questionar a validade de disposições testamentárias. Sendo assim, é fundamental conhecer os limites legais do testador e os motivos legítimos que permitem contestar esse tipo de documento.
Embora o testamento seja um instrumento jurídico válido e respeitado, ele está sujeito à verificação de sua legalidade formal e material. Isso significa que nem tudo que está escrito tem garantia de cumprimento se não seguir as exigências da legislação brasileira. A seguir, detalhamos os principais pontos que podem ser questionados judicialmente. Leia até o final para saber o que pode ser contestado em um testamento.
Um testamento pode ser contestado quando há alguma incapacidade do testador durante a elaboração
Um dos aspectos mais recorrentes na contestação de testamentos é a alegação de incapacidade mental do testador. A lei exige que ele esteja em pleno gozo de suas faculdades mentais ao declarar sua vontade. Se houver indícios de demência, influência de medicamentos ou qualquer limitação cognitiva, o documento pode ser anulado. Segundo o Dr. Christian Zini Amorim, a avaliação da capacidade depende de provas médicas, testemunhais e circunstanciais. O objetivo é assegurar que a manifestação da vontade foi feita de forma livre, consciente e autêntica. Quando essa condição não é comprovada, a validade do testamento é colocada em risco.

Vícios formais na redação ou no registro do testamento
A legislação brasileira estabelece regras específicas para a elaboração de testamentos, variando conforme o tipo, podendo ser público, cerrado ou particular. Qualquer desvio dessas regras pode gerar nulidade. Isso inclui ausência de testemunhas, falta de assinatura, erro de data, ou não observância dos procedimentos notariais obrigatórios. Conforme explica o Dr. Christian Zini Amorim, mesmo que a vontade do testador esteja clara, a inobservância dos requisitos legais pode invalidar o documento. Por isso, é essencial contar com orientação jurídica adequada na hora de redigir um testamento para garantir sua eficácia futura.
Ofensa à legítima dos herdeiros necessários
A lei brasileira protege os chamados herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e cônjuges, reservando a eles metade do patrimônio do falecido, independentemente do teor do testamento. Qualquer tentativa de prejudicar essa parte obrigatória pode ser contestada pelos beneficiários legais.
De acordo com o Dr. Christian Zini Amorim, muitos testamentos acabam sendo parcialmente anulados por ultrapassarem o limite legal da parte disponível. O testador pode destinar até 50% de seus bens como quiser, mas o restante deve obrigatoriamente respeitar os direitos dos herdeiros necessários. O descumprimento dessa regra é um motivo legítimo para impugnação.
Suspeitas de coação, fraude ou manipulação
Outra causa frequente de contestação de testamento são situações em que há indícios de coação, fraude ou influência indevida por parte de terceiros. Isso ocorre, por exemplo, quando alguém próximo ao testador se aproveita de sua vulnerabilidade para obter vantagens, induzindo ou forçando disposições em seu favor. Segundo o Dr. Christian Zini Amorim, essas práticas comprometem a autenticidade do documento e podem levar à sua anulação. Para que a contestação tenha êxito, é necessário apresentar provas consistentes que demonstrem que o testador não agiu de forma livre ao redigir o testamento.
Avaliação jurídica e prevenção de conflitos sucessórios
A contestação de testamento deve ser analisada com base na legislação vigente e nas particularidades de cada caso. Conforme reforça o Dr. Christian Zini Amorim, compreender o que pode ser contestado em um testamento evita disputas familiares e garante que a sucessão ocorra de forma justa e transparente. Respeitar os aspectos legais e formais do documento é o primeiro passo para assegurar que a vontade do testador seja reconhecida, sem ferir os direitos dos legítimos herdeiros.
Autor: Anton Gusev