A governança corporativa em startups desperta debates sobre sua real necessidade em fases iniciais de desenvolvimento. O especialista Carlos Eduardo Rosalba Padilha, explica que a aplicação de práticas de governança, mesmo em empresas emergentes, pode representar tanto uma vantagem estratégica quanto um desafio, dependendo do contexto e da forma como é implementada.
Neste artigo, você vai entender como a governança corporativa se relaciona com startups, quais são seus benefícios, os riscos de não adotá-la, e se essa prática deve ser considerada essencial ou apenas um excesso de formalidade.
O que é governança corporativa em startups?
A governança corporativa em startups consiste no conjunto de processos, políticas e práticas que orientam a gestão da empresa, buscando transparência, responsabilidade e eficiência. De acordo com Carlos Eduardo Rosalba Padilha, mesmo startups em fase inicial podem se beneficiar dessas práticas, especialmente quando buscam investimentos ou desejam construir credibilidade no mercado.
A implementação envolve mecanismos de controle, definição clara de papéis e responsabilidades, além de processos que assegurem prestação de contas e conformidade regulatória.
Quais os benefícios da governança corporativa em startups?
Os benefícios são diversos e vão além do aspecto formal. Como menciona Carlos Padilha, a governança contribui para:
- Atração de investidores: maior segurança para fundos e investidores-anjo.
- Gestão eficiente: clareza na tomada de decisões e no uso dos recursos.
- Sustentabilidade do crescimento: preparação para escalabilidade com menos riscos.
- Transparência: confiança reforçada junto a parceiros, clientes e colaboradores.
Esses pontos mostram que a governança não é apenas um requisito burocrático, mas um fator de competitividade.

Governança corporativa é realmente necessária em fases iniciais?
Muitas startups enfrentam restrições de tempo e recursos, o que levanta dúvidas sobre a real necessidade da governança em seus primeiros anos. Segundo Carlos Eduardo Rosalba Padilha, a adoção deve ser gradual e proporcional à maturidade da empresa. Em estágios iniciais, práticas básicas como relatórios financeiros claros, definição de responsabilidades entre sócios e políticas mínimas de conformidade já podem fazer a diferença.
À medida que a startup cresce, os processos podem ser aprimorados para atender a demandas mais complexas. Ignorar a governança corporativa pode expor startups a riscos sérios. A ausência de práticas estruturadas pode gerar:
- Conflitos entre sócios: falta de regras claras compromete a gestão.
- Desorganização financeira: maior dificuldade em captar recursos.
- Problemas regulatórios: falhas de conformidade podem gerar penalidades.
- Perda de credibilidade: investidores e parceiros podem se afastar.
Esses riscos podem comprometer não apenas a sobrevivência da empresa, mas também seu potencial de crescimento.
A governança corporativa pode ser vista como excesso de formalidade?
Há quem enxergue a governança como uma formalidade exagerada para startups. Conforme observa Carlos Eduardo Rosalba Padilha, essa visão geralmente surge quando práticas complexas são aplicadas sem considerar a realidade da empresa. A chave está no equilíbrio. Implementar controles e políticas de forma adaptada ao estágio do negócio evita burocracia desnecessária e, ao mesmo tempo, garante que a startup esteja preparada para crescer com segurança.
Por fim, a governança corporativa em startups não deve ser vista como um fardo, mas como um investimento no futuro do negócio. Conforme ressalta Carlos Eduardo Rosalba Padilha, sua adoção, quando feita de forma proporcional, contribui para a atração de investimentos, a organização interna e a credibilidade no mercado.
Portanto, longe de ser apenas um excesso de formalidade, a governança é uma ferramenta estratégica que pode determinar o sucesso de uma startup. Adaptada ao estágio da empresa, ela se torna um diferencial competitivo e garante que o crescimento ocorra de forma sustentável e estruturada.
Autor: Anton Gusev