A política em Rondônia vive um momento de profunda tensão com o agravamento da crise entre o governador Marcos Rocha e seu vice Sérgio Gonçalves. O distanciamento entre ambos se intensifica à medida que se aproximam as eleições de 2026, com interesses conflitantes em jogo. A instabilidade no governo resulta de uma verdadeira autofagia política que ameaça a estabilidade administrativa e expõe supostos malfeitos cometidos dentro do Executivo estadual.
O governo Marcos Rocha enfrenta desgaste após a saída de Junior Gonçalves da Casa Civil, o que desencadeou uma série de desentendimentos e acusações internas. Junior Gonçalves, figura-chave na campanha de reeleição do governador, agora ameaça revelar segredos e práticas obscuras do atual governo. Essa situação aponta para um governo que se corrói por dentro, com disputas que envolvem interesses pessoais e estratégicos que podem comprometer o futuro político da gestão.
As viagens frequentes do governador Marcos Rocha também têm chamado atenção de deputados estaduais e aliados. Fontes internas indicam que tais deslocamentos, quando revelados, podem descontruir a imagem do governo que se apoia em valores familiares e cristãos, pilares da base eleitoral que sustentaram o governador em duas eleições. Essa contradição entre discurso e prática aumenta a crise e enfraquece o prestígio da liderança estadual.
A dinâmica política em Rondônia está marcada pela deterioração de uma base política que por sete anos se manteve coesa, mas que agora começa a ruir. O fim do grupo de apoio ao governo Marcos Rocha mostra que o poder é finito e as disputas internas estão evidenciando egos exacerbados, que buscam garantir espaços antes da chegada do esgotamento do mandato atual. Essa autofagia política pode gerar consequências imprevisíveis para o cenário estadual.
Junior Gonçalves, que desempenhou um papel crucial no sucesso eleitoral do governador, denuncia ataques e investidas para aniquilar sua reputação dentro do grupo governista. Ele avalia reagir publicamente para esclarecer as acusações e tem até cogitado usar as redes sociais para expor os fatos. Essa guerra interna evidencia que a disputa pelo poder em Rondônia está longe de uma resolução pacífica, podendo resultar em novos desdobramentos e surpresas para a população.
Além das tensões internas, o governo Marcos Rocha também enfrenta desentendimentos entre aliados, como a recente divergência entre o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, e o deputado federal Maurício Carvalho. Essa disputa pública sobre os créditos de obras financiadas por emendas parlamentares revela que o desgaste político não se restringe ao Palácio e se estende aos principais municípios do estado, refletindo um clima de insatisfação e conflito.
As pesquisas recentes indicam que, apesar das crises, alguns prefeitos de Rondônia apresentam excelente popularidade, o que pode impactar as eleições futuras. Léo Moraes, Adailton Fúria e Flori Cordeiro destacam-se positivamente, enquanto outros gestores enfrentam dificuldades para recuperar a confiança do eleitorado. Essa divisão acentua ainda mais o cenário político estadual, que segue marcado por incertezas e disputas acirradas.
Por fim, o futuro político de Rondônia passa por um momento decisivo com a possível candidatura de figuras alinhadas a pautas nacionais controversas, como o bolsonarismo. A eventual eleição de Bruno Scheid ao Senado representa uma continuidade dessas pautas, que podem não refletir os interesses locais de desenvolvimento econômico e social. A crise política no governo Marcos Rocha expõe um estado dividido e prestes a enfrentar um período de intensas disputas eleitorais e transformações políticas.
Autor: Anton Gusev